(versión castellana abajo)
Freelancer. Trabalhadores por conta própria. Profissionais autónomos. Que se auto-empregam. Que guiam o seu trabalho por projetos, trabalhando para várias empresas/clientes. Que trabalham por hora, por projeto, por dia, em vez de trabalharem para uma mesma entidade e com um salário fixo.
Somos muitos os que vivemos assim, somos cada vez mais os que vivemos assim.
Uma forma de vida com peculiaridades e formas de questionar o óbvio em mais ou menos quase tudo.
E dentro deste mundo, da mesma forma que no mundo de quem trabalha por conta de outrem, há tantas formas como pessoas, tantos estilos como personalidades.
Hoje, num café do Porto, entre projeto e projeto, entre o café e o almoço, num pedaço de tempo próprio –porque todo o tempo é próprio, trabalhando assim –deixo por escrito aquilo que marca este estilo de vida. Um caso concreto, entre tantas perspetivas possíveis. Características de um mundo freelancer em particular, de quem anda há 10 anos de mochila às costas, o trabalho sempre lá dentro.
Deixando aberto ao comentário de outros freelancers, para conhecer diferenças, e de outros profissionais que tantas vezes questionam como é, afinal, este mundo “sem horas” mas com tantas horas, aqui vão pedaços deste mundo:
Não tenho sede física. Nunca tive, não penso em ter. Apesar de a casa, própria ou alheia, em Portugal ou em qualquer outro lugar do Mundo, ser um bom escritório para alguns momentos do dia, os que mais me cativam são, sem dúvida, os cafés. Cheiros, pessoas, ambientes, atmosferas diferentes. Movimento, interação, ação.
O vai e vem, o entra e sai, a sensação de que o mundo acontece ali, ao longo das horas, à nossa volta. Reuniões com gente que se vem sentar connosco a partilhar um chá, uma nata, um sumo de laranja. Mesas peculiares, decorações sempre diferentes, localizações para todos os gostos, internet sempre presente.
Para cada dia ou tipo de trabalho, uma escolha diferente. Há os que são bons para reuniões, os que permitem chamadas Skype, os que inspiram só por lá estar, os que acolhem melhor o stress ou os que são bons para dias de chuva ou dias de sol.
Porque os ambientes contam e muito, a possibilidade de escolha do Coffice de cada dia é, sem dúvida, das coisas que mais valorizo neste tipo de trabalho. A sensação de estar em movimento, com a escolha sempre à mão.
Por isso, durante os dias, cada oportunidade que pode ser aproveitada para caminhada, não é desperdiçada. Uma conversa telefónica de meia hora? Caminhada pelo quarteirão, com telemóvel colado. Uma reunião de equipa para acertar detalhes, debater ideias ou definir projetos? Caminhada o mais longa possível. Necessidade de sistematizar uma formação que se acaba de dar, no final de um dia bem cansativo? Caminhada sem limite de tempo. Necessidade de inspiração para um novo projeto ou de uma ideia nova ou solução alternativa? Caminhada, caminhada, caminhada. Com sol, com frio, com chuva ou com neve (neste caso, um bom gorro é bem-vindo como companhia).
Saúde, Criatividade, Inspiração, refrescar de Perspetiva são boas razões para levantar e sair 20 minutos.
O impacto extremamente forte do movimento corporal no potenciar da criatividade é bem conhecido. Pensar com o corpo. E libertá-lo para que o pensamento flua de forma mais fácil.
O corpo é sábio e pede-nos, mais do que o que nos permitimos escutar, que o movimento se integre nas ideias e nas reflexões. Fazer-lhe caso tem sido uma aprendizagem forte.
“Os outros” podem ser amigos que precisam de um ouvido, colegas que precisam de ideias, desconhecidos que precisam de atenção, gente que só nos conhece pelo trabalho que fazemos e que necessita de inspiração. “Os outros” são as pessoas que nos fazem a vida, de mais ou menos perto. Mas quando alguma delas pede “tempo”, dar-lho é o mínimo que posso fazer. Por isso se abrem as portas para inspirar e deixar-se inspirar, para ouvir e falar, para aprender e partilhar.
Encontros planeados ou acontecidos, que permitem sair da concha mental habitual, que permitem pensar diferente, só porque o outro é diferente.
E quando o tempo de pausa termina e se regressa ao trabalho, a riqueza mental é tão maior, que compensa a dispersão que se criou entretanto e se encurta até as horas de procura das ideias para o que se estava a fazer. Quando se repara já lá estão, postas por mãos invisíveis que fazem magia durante as conversas.
Quando a manhã foi passada a ouvir um amigo, ou a tarde a ir ao correio comprar selos para um carta a um colega de longe, a consequência pode ser ter que acabar uma apresentação de Power Point, fechada no quarto, à hora em que os outros conferencistas estão no bar a beber um copo antes de ir dormir.
Mas por outro lado, é precisamente a possibilidade de nesse dia ter podido estar com esse amigo ou comprado esses selos, que faz com que o tempo saiba tão bem.
Não digo que seja sempre fácil. E tenho que reconhecer que a exigência é enorme. É difícil gerir o volume de trabalho e o tempo de um dia comum de 24 horas físicas. É difícil focar e voltar a concentrar na tarefa que se interrompeu. É difícil refazer a agenda várias vezes por dia. E é difícil sentir que, ainda assim, ficam coisas por fazer.
Mas é, sem dúvida, um tempo mais à medida de cada um, à minha medida, mais de acordo com o ritmo próprio e adequado ao que eu considero que devem ser as horas da minha vida.
Não há departamento de Marketing. Nem serviço de Contabilidade, nem de Comunicação, nem Gestor de redes sociais, nem serviço de Secretariado que atende chamadas, marca hotéis e compra voos.
Há uma pessoa com muitos braços, muito olho atento e muita capacidade de alternar as pesquisas no Googlemaps para perceber como chega à reunião na empresa cliente, com a melhor descrição da teoria de ponta que acaba de ler no último livro do autor de referência. Tudo isto, depois de ter programado as redes sociais para os 4 dias seguintes, ter enviado um mail em inglês, feito uma chamada em espanhol e pedido um chá em português, e antes de preparar a fatura do projeto anterior, aquele que seria isento de IVA. Ou não seria?
É exigente. Mas com a flexibilidade que se pede ao cérebro, para se ser numa mesma tarde tão bom a liderar uma reunião como a preparar um Power Point visualmente atraente, e acertar na percentagem de IVA, garante-nos, espero, que o Alzheimer demore mais tempo a chegar.
Isto aplica-se de uma forma diretamente relacionada com o ponto #5, anterior, que exige que estejamos sempre a aprender sobre áreas distintas, mas também às aprendizagens que vêm da curiosidade natural produzida pelas coisas novas.
O que quer dizer esta palavra? Como funciona este programa? De onde vem esta expressão? Quem é este autor? Porque é que esta expressão se aplica neste contexto? É só parar e ir atrás de respostas. Aprender seguindo a vontade, seguindo o fio condutor do que sucede no dia, que nos faz cruzar com aspetos específicos em que ainda não se tinha pensado antes. Aprender ao sabor da curiosidade e ir saciando a inquietação à medida que surge, sem pressões de fora.
No final do dia é, muitas vezes, a sensação de ter podido gerir o ritmo de trabalho para poder parar e aprender algo novo que o faz mais, algo mais do que o anterior. E a nós mais ricos.
Também dentro das estratégias de estimulação da Criatividade se estuda esta permissão à divagação, a aposta por coisas distintas e dispersas. A riqueza de raciocínio trazida por atividades aparentemente não relacionadas é imensa. Exige atenção que se recentre rápido, implica o uso dos dois hemisférios cerebrais e permite a sensação de uma vida diária em que se coloca em prática a maior parte do nosso ser. O “Eu do trabalho” e o “Eu da vida real” passam a estar mais perto.
Por isso, se estiver presa numa ideia, ou se sentir esse impulso durante o dia, páro para fotografar, se a inspiração vem, para escrever, se a necessidade chega, para observar, se o momento se apresenta.
Incluo no “tempo de trabalho” cada uma dessas coisas, porque são elas que contribuem também para uma atitude mais aberta, um raciocínio menos enferrujado, um corpo mais ágil, uma mente mais arejada. E tudo isso facilita o processo criativo, a agilidade mental, a capacidade de aguentar o tempo que for necessário para resolver um problema ou encontrar uma solução.
Não são nada raras as vezes em que é mesmo num desses momentos de “divagação divergente e dispersa” que a solução para um projeto chega, ou o tema para uma conferência se torna claro. Várias sequências de temas para os congressos que apresento chegam em momentos em que estou com uma câmara ou uma caneta na mão. A partir daí, é só agarrar o mini caderno de ideias que geralmente acompanha a atividade e anotar o que surgiu.
Ser uma boa chefa de mim própria implica aprender a não me castigar se as coisas não correm a 100% bem e reconhecer de forma clara se algo foi genial. Ser boa colega de mim mesma implica estar atenta e auto-sugerir-me um passeio ou alguma das atividades do ponto #7 quando o momento encravou. Ser boa trabalhadora para mim mesma implica conseguir tirar o máximo das minhas capacidades, dando o meu melhor a cada momento, procurando ser mais a cada projeto.
E o equilíbrio de tudo isto implica algo de base. Implica a noção de desfrute, de prazer pelo trabalho. Assumindo as dificuldades e a exigência que os dias trazem, mas sendo capaz de parar e auto-reconhecer e auto-celebrar o percurso feito.
Assim, os momentos de brinde fazem sentido, mesmo que, sendo a meio da tarde, impliquem copos cheios só de chá. E as fotografias de saltos de equipa fazem sentido para marcar de forma visual um projeto que correu bem.
Porque cada “Muito bem” precisa de ser auto-sussurrado ao próprio ouvido. E cada piscar de olho ou palavra de encorajamento deve vir do mesmo corpo que o verá ou ouvirá.
Estes são, claro, pedaços de uma realidade. Da vida de uma freelancer que procura dias com sentido e um trabalho que lhe encaixe.
Peculiaridades de uma pessoa, com aspetos seguramente partilhados por várias e com tantas diferenças quanto profissionais a fazer o mesmo.
E desse lado? Que dias se criam e que diferenças e semelhanças aparecem?
Freelancer. Trabajadores independientes. Profesionales autónomos. Que se auto-emplean. Que guían su trabajo por proyectos, trabajando para distintas empresas/clientes. Que trabajan por hora, por proyecto, por día, al revés de quien trabaja para una sola entidad y con un sueldo fijo.
Somos muchos los que vivimos así, somos cada vez más los que vivimos así. Una forma de vivir con sus peculiaridades y formas de cuestionar lo obvio en más o menos casi todo.
Y dentro de este mundo, de la misma forma que en el mundo de quien trabaja para otros, hay tantas formas como personas, tantos estilos como personalidades.
Hoy, en un café de Porto, entre proyecto y proyecto, entre el café y la comida, en un pedazo de tiempo propio – porque todo el tiempo es propio cuando se trabaja así – dejo escrito todo lo que marca este estilo de vida. Un caso particular, entre tantas perspectivas posibles. Características de un mundo freelancer en particular, de quien está hace 10 años caminando con la mochila en las espaldas, con el trabajo siempre dentro.
Dejando abierto al comentario de otros freelancers, para conocer las diferencias, y de otros profesionales que tantas veces cuestionan como es, al final, este mundo “sin horas” pero con tantas horas, aquí van unos cuantos pedazos de este mundo:
#1 – Coffices (Coffee + Office) – Una expresión ya conocida en el mundo freelancer para hablar de los despachos que son cafés, o de los cafés que sirven como despachos. No tengo un despacho físico. Nunca lo tuve y no pienso tenerlo. Aunque la casa, propia o de alguien, en Portugal o en cualquier parte del mundo, puede ser un buen despacho para algunos momentos del día, los que más me gustan son, sin duda, los cafés. Los olores, las personas, los ambientes, las distintas atmósferas. Movimiento, interacción, acción. El ir y venir, el entra y sale, la sensación de que el mundo está allí, a lo largo de las horas que pasan, a nuestro alrededor. Reuniones con gente que llega para sentarse con nosotras, compartiendo un té, un pastel, un zumo de naranja. Mesas peculiares, decoraciones siempre distintas, localizaciones para todos, internet siempre presente.
Para cada día o tipo de trabajo, una elección diferente. Hay los que son buenos para reuniones, los que permiten llamadas de Skype, los que inspiran sólo por estar, los que son mejores para días de estrés, o los que son buenos para los días de lluvia o de sol.
Porque los ambientes son muy importantes, la posibilidad de elegir un Coffice cada día es, sin duda, una de las cosas que más valoro en ese tipo de trabajo. La sensación de estar en movimiento, siempre con la elección en mi mano.
#2 – Walk & Talk (reuniones en movimiento) – Un trabajo que exige tanto tiempo delante del ordenador y de los libros, pide movimientos de contra-punto. Pide movimiento, acción, aire, energía física.
Es por eso que, durante los días, no se pierde la oportunidad de caminar. ¿Una conversación por teléfono de media hora? Caminar por el barrio con el móvil. ¿Una reunión de equipo para ajustar detalles, debatir ideas, definir proyectos? Caminar lo más posible. ¿Necesidad de sistematizar una formación que ha terminado al final de un día bastante cansado? Caminar sin límite. ¿Necesidad de inspiración para un nuevo proyecto o para una nueva idea o solución alternativa? Caminar, caminar, caminar. Con sol, con frío, con lluvia o con nieve (en ese caso, mejor llevar un gorro).
Salud, Creatividad, Inspiración, refrescar la Perspectiva son buenas razones para levantar y salir 20 minutos.
El impacto extremadamente fuerte del movimiento corporal para potenciar la creatividad es bien conocido. Pensar con el cuerpo. Y luego liberarlo para que el pensamiento fluya de forma más sencilla.
El cuerpo es sabio y nos pide, más de que lo que nos permitimos escuchar, que el movimiento se integre en las ideas y reflexiones. Hacerle caso sigue siendo un aprendizaje fuerte.
#3 – Un café con… - Porque los demás importan. Es eso. Porque los proyectos pueden dejar de venir, el trabajo puede ser muy aburrido, los clientes pueden dejar de pagar. Pero “los demás” serán siempre “Los demás” y con toda la importancia que eso tiene para nuestro mundo personal.
“Los demás” pueden ser amigos que necesitan que les escuchemos, colegas que necesitan ideas, desconocidos que necesitan atención, gente que sólo conoce nuestro trabajo y que necesita inspiración. “Los demás” son las personas que hacen nuestra vida, de más cerca o más lejos. Pero cuando alguno de ellos pide tiempo, darlo es lo mínimo que puedo hacer. Así, se abren las puertas para inspirar y dejarse inspirar, para escuchar y hablar, para aprender y compartir. Encuentros planeados o que ocurren espontáneamente, que permiten salir de nuestra cáscara mental habitual, que permiten pensar diferente, sólo porque los demás son diferentes. Y cuando termina el tiempo de pausa y se vuelve al trabajo, es tanta la riqueza mental que compensa la dispersión que se ha creado mientras tanto, e incluso se acortan las horas de búsqueda de las ideas para lo que se estaba haciendo. Cuando nos damos cuenta ya están puestas las ideas, por manos invisibles que hacen su magia durante las conversaciones.
#4 – Tiempo elástico – Obviamente que permitirse parar para todas las otras actividades tiene como origen y consecuencia lo mismo: que el tiempo suele ser realmente elástico. Es por eso que los días pueden terminar bastante después de la hora de cenar y empezar cuando los deportistas matinales caminan por la calle.
Cuando la mañana se ha pasado escuchando a un amigo, o la tarde en Correos comprando sellos para una carta para un amigo que está lejos, la consecuencia puede ser tener que terminar la presentación de PowerPoint en mi habitación, a la hora en que los demás conferenciantes están en el bar tomándose algo antes de ir a dormir. Pero es precisamente la posibilidad de haber podido estar con ese amigo o comprado esos sellos lo que hace que el tiempo sea tan bien disfrutado.
No es siempre fácil. Y hay que reconocer que le exigencia es enorme. Es difícil gestionar el volumen de trabajo y el tiempo de un día común de 24 horas físicas. Es difícil enfocar y volver a concentrarse en la tarea que se ha interrumpido antes. Es difícil re-hacer nuestra agenda diferentes veces al día. Y es difícil sentir que, aun así, hay cosas que quedan por hacer.
Pero es, sin duda, un tiempo más adaptado a cada uno, más adaptado a mí misma, más de acuerdo con un ritmo propio y adecuado a lo que yo considero que deben ser las horas de mi vida.
#5 – Multi tasking constante – Trabajar como freelancer y con una empresa de una sola persona exige que el conocimiento y las actividades no se dispersen sino que aumenten y amplíen tanto cuanto posible.
No hay departamento de Marketing. Ni servicio de Contabilidad, ni de Comunicación, ni Gestión de Redes Sociales, ni servicio de Secretariado que conteste llamadas, haga la reserva del hotel y compre los vuelos.
Hay una persona con muchos brazos, con una mirada atenta y mucha capacidad de alternar entre una búsqueda en GoogleMaps para saber cómo llegar a la reunión con la empresa cliente, y la mejor descripción de la teoría de vanguardia que termina de leer en el último libro de un autor de referencia. Todo eso, después de haber programado las publicaciones de las redes sociales para los 4 días siguientes, haber enviado un correo en inglés, haber hecho una llamada en español y pedido un té en portugués, y antes de preparar la factura del proyecto anterior, la que era sin IRPF. ¿O era con?
Es exigente. Pero con la flexibilidad que se pide al cerebro, para ser en la misma tarde tan bueno como para liderar una reunión como para preparar un PowerPoint visualmente atractivo, y tener correcto el porcentaje del IRPF, por lo menos nos puede garantizar, espero, que el Alzheimer tarde más en llegar.
#6 – Aprender siempre – La posibilidad de gestionar cada proyecto y la forma como se decide implementarlo permite seguir la curiosidad de una forma productiva y constructiva. Por eso, darle espacio torna posible un aprendizaje constante.
Eso se aplica de una forma directamente relacionada con el punto #5 anterior, que exige que estemos siempre aprendiendo sobre diferentes áreas, pero también aprendiendo de los aprendizajes que vienen de nuestra curiosidad natural producida por cosas nuevas. ¿Qué significa esa palabra? ¿Cómo funciona ese programa? ¿De dónde viene esa expresión? ¿Quién es ese autor? ¿Por qué se aplica esta expresión en ese contexto? Solo necesitamos parar y buscar las respuestas. Aprender siguiendo la voluntad, siguiendo el hilo conductor de lo que sucede en el día, que nos hace cruzar con aspectos específicos que todavía no había pensado antes. Apreciar el sabor de la curiosidad y saciar la inquietud mientras llega, sin presiones.
Al final del día es, muchas veces, la sensación de haber podido gestionar el ritmo de trabajo para poder parar y aprender algo nuevo lo que lo hace algo más que el día anterior. Y a nosotros más ricos.
#7 – Divergir, divagar, dispersar – Como “día de trabajo” incluyo también lo que de otra forma llamaría “pasatiempos”, “pérdidas de tiempo”, y otros percances parecidos. También dentro de las estrategias de estimulación de la Creatividad se estudia la permisión a la divagación, el apostar por cosas distintas y dispersas. La riqueza de pensamientos surgida de actividades aparentemente no relacionadas es enorme.
Exige atención para que se recentre rápidamente, implica la utilización de los dos hemisferios cerebrales y permite la sensación de una vida diaria en que se pone en práctica la mayor parte de nuestro ser. El “Yo del trabajo” y el “Yo de la vida real” se acercan.
Por eso, si estoy anclada a una idea, o si siento ese impulso durante el día, paro para fotografiar si hay inspiración, para escribir si hay necesidad, para observar si hay el momento.
Incluyo también en el “tiempo de trabajo” cada una de esas cosas, porque son ellas las que contribuyen también a una actitud más abierta, para un raciocinio menos cerrado, un cuerpo más ágil, una mente más aireada. Y todo eso facilita el proceso creativo, la agilidad mental, la capacidad de sostener el tiempo que sea necesario para resolver un problema o encontrar la solución.
No raras veces, es incluso en esos momentos de “divagación divergente y dispersa” que llega la solución para un proyecto, o se torna claro el tema para una conferencia. Varias secuencias de temas para congresos donde presento llegan en momentos en que estoy con una cámara o un boli en la mano. Entonces, sólo necesito mi cuaderno de ideas que normalmente siempre acompaña la actividad y apuntar la idea que ha surgido.
#8 – Auto-gestión, exigencia y celebración – Ser dueño de tu tiempo y ser dueño de nuestra forma de trabajar implica también ser jefe de sí mismo, trabajador para sí mismo, y auto-compañero. Saber cuándo desistir, saber hasta dónde se puede exigir, o saber cuándo es importante parar para una recompensa se torna fundamental en nuestros días.
Ser una buena jefa de mí misma implica aprender a no castigarme si las cosas no están al 100% y reconocer de forma clara si algo ha ido genial. Ser buena compañera para mí misma implica estar atenta y auto-sugerirme un paseo o alguna de las actividades del punto #7 cuando el momento se atascó. Ser buena trabajadora para mí misma implica poder sacar el máximo de mis capacidades, dando lo mejor de mí misma en cada momento, buscando ser más a cada proyecto.
El equilibrio de todo esto necesita algo de base. Implica la noción de disfrute, de placer por el trabajo. Asumiendo las dificultades y exigencia que traen los días, pero siendo capaz de parar y auto-reconocer y auto-celebrar el camino hecho.
Así, los momentos para brindar toman sentido, aunque los vasos estén llenos con té, por la tarde. Y las fotografías de saltos en equipo toman sentido para marcar de forma visual un proyecto que ha ido bien.
Porque cada “Enhorabuena” necesita ser auto-susurrado. Y cada destello o palabra de estímulo debe venir del mismo cuerpo que lo verá o escuchará.
Esos son, claro, pedazos de una realidad. De la vida de una freelancer que busca días con sentido y un trabajo que se le encaje.
Peculiaridades de una persona, con aspectos seguramente compartidos por varios y con tantas diferencias cuanto profesionales que hacen lo mismo.
¿Y de ese lado? ¿Qué días se crean y que diferencias y similitudes hay?